sábado, 12 de maio de 2012

AUTA DE SOUZA (1876–1901)

Auta de Souza
"Auta de Souza nasceu em 1876, no município de Macaíba, Rio Grande do Norte. Seus pais morreram quando ela era criança e Auta foi criada pelos avós maternos em Recife. Com 12 anos, uma nova tragédia marcou sua vida: seu irmão mais novo morreu queimado em uma explosão, provocada acidentalmente por um candeeiro.

Educada em colégio católico, Auta rapidamente aprendeu Francês, Literatura, Inglês, Música e Desenho. Em razão do diagnóstico de tuberculose, aos 14 anos, Auta teve que deixar o colégio, mas continuou sua formação intelectual sozinha, tornando-se autodidata.A doença, que já havia atingido seus familiares, não impediu que ela começasse a escrever e a declamar, hábito muito comum em reuniões sociais na época. Em 1894, ela começaria a escrever para a revista Oásis, de circulação restrita, pois era veículo do grêmio literário Le Monde Marche.

Dois anos depois, passaria a colaborar no jornal A República, periódico com maior visibilidade que o primeiro, não só porque era o mais lido, mas por estabelecer permuta com a imprensa de outras regiões. Assim, mesmo vivendo fora do circuito de maior efervescência intelectual, Auta passaria a ser conhecida e ter seus poemas divulgados no jornal O Paiz, do Rio de Janeiro

A partir de 1897, Auta passaria a publicar seus versos assiduamente em A Tribuna, de Natal, um jornal de prestígio, com participação de vários escritores famosos do Nordeste. Sua poesia possuía leves traços simbolistas e circulou nas rodas literárias do país, despertando sempre muita emoção e interesse.

Entre 1899 e 1900, ela usaria os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves para assinar seus poemas. Vários deles foram musicados por compositores regionais e transmitidos oralmente, desde o final do século XIX.

Seu grande e único livro publicado foi Horto, de 1900, que mereceu prefácio do mais consagrado poeta brasileiro da época, Olavo Bilac. Pouco depois, em 7 de fevereiro de 1901, com 24 anos, Auta sucumbiria à tuberculose.

A poetisa Auta de Souza, autora de textos de conteúdo místico e inspiração cristã, inovou ao escrever profissionalmente numa sociedade em que este exercício era reservado exclusivamente aos homens. Seus versos retrataram suas experiências e ficaram bastante conhecidos, ao serem incluídos em várias antologias e manuais de poesia das primeiras décadas do século XX. Em 14 de novembro de 1936, a Academia Norte-Rio Grandense de Letras instalou a poltrona XX, dedicada a Auta de Souza, em reconhecimento à sua poesia."Fonte: acordacultura.org.br


 
"fora da caridade não há salvação"