sexta-feira, 20 de julho de 2012

MADAME D’ESPERANCE


A Grande Médium Esquecida

“Agora que afinal encontrei o que buscava durante tão longos anos, anos de estudos ingratos, misto de raios de sol e tempestades, de prazeres e sofrimentos, posso bradar bem alto e com alegria a todos os que quiserem escutar-me: ‘Encontrei a Verdade! Ela será também a vossa grande recompensa, se a buscardes com perseverança, humildade e seriedade.’”

(d’Espérance, E. – No País das Sombras, Rio de Janeiro, FEB, 1974).

Elisabeth d’Espérance é uma das importantes personalidades do movimento espírita europeu, da segunda metade do século XIX.

Poderosa médium de efeitos físicos, os fenômenos obtidos com a sua mediunidade foram demonstrados em vários países da Europa, tendo sido observados e comprovados através de rigorosos métodos científicos por importantes cientistas pesquisadores dos fenômenos psíquicos, como Alexander Aksakof e Frederich Zöllner, entre outros.

Nasceu em 1849 e desencarnou em 1918. Possuía as faculdades mediúnicas de Psicofonia, Vidência e  Efeitos Físicos (Materialização).

D’Espérance é o pseudónimo, o seu real nome de família é Hope, que em inglês também significa esperança.

Sua biografia é conhecida, sobretudo pelo trabalho de William Oxley no livro “Angelic Revelations”; pelo livro de Alexander Aksakof, “Um Caso de Desmaterialização” (Rio de Janeiro: FEB), e por meio de seu livro, Shadow Land (No País das Sombras, Rio de Janeiro: FEB).

Filha de um comandante de navio, passou a infância num velho casarão no Leste de Londres, que no passado pertencera à família Cromwell.

Foi nesse período que começou a ver os espíritos que circulavam no imóvel, mas como ninguém mais via, foi desacreditada e censurada por essas referências.

Na adolescência, o fenômeno levou a que vivenciasse dificuldades de relacionamento com a sua mãe (que a julgava louca), o que lhe abalou a saúde. O retorno do pai nesse período fez com que este a levasse consigo no navio em uma viagem ao Mediterrâneo.

Ao final da viagem, a jovem vivenciou uma vez mais o fenômeno, visualizando um veleiro fantasma que atravessou o navio do pai, deixando-a em pânico, no primeiro momento, e depois deprimida, diante da incredulidade do pai e da  tripulação.

D’Espérance passou cerca de dois anos na escola, durante os quais ficou liberta dos seus sonhos e fantasmas.

Quando chegou a época do término dos estudos, devia apresentar uma composição. O prazo de entrega já estava atingindo o seu limite, e ela ainda não havia conseguido inspiração para desenvolver a composição.

Nas vésperas do prazo final, ela fez uma das suas preces pedindo a Deus ajuda. Tentou escrever a noite, mas as suas colegas reclamaram da luz da vela acesa. D’Espérance não teve outro remédio senão apagar a vela e, deitar-se disposta a levantar de madrugada para, escrever o seu trabalho.

Pela manhã, olhou os papéis que deixara à noite na mesinha. Estava perdida! Não acordara de madrugada. Mas qual não foi a sua surpresa ao verificar que as folhas de papel estavam cobertas com uma belíssima composição, escrita exatamente igual à sua letra!

Em 1874, casa-se com o senhor Reed. Isolada na nova residência, passa a conviver com as visões, o que muito a angustia. Nesta época, ouve falar no espiritismo e nas mesas girantes.

Em uma dessas reuniões, um incidente interessante foi o desaparecimento de um par de abotoaduras que fora colocado sobre a mesa. Por meio de batidas, a mesa informou que o par se encontrava em outro cômodo da casa, dentro de um vaso de gerânio. A primeira busca resultou infrutífera. A mesa insistiu na informação. Resolveram então extrair a planta junto com a terra, e encontraram as abotoaduras dentro da trama de raízes do gerânio.

D’Espérance tornou-se exímia praticante da escrita automática. Foi nesta fase da sua carreira que se identificaram alguns dos espíritos que controlavam as experiências do grupo: Walter Tracey um ex-estudante e combatente da guerra civil americana, muito inteligente e jovial; Hummur Stafford, que se constituiu em filósofo orientador do grupo; e Ninia, uma garotinha de sete anos.

Com o domínio da psicografia, D’Esperance começou a desenhar as figuras luminosas que percebia no ambiente.

Nesta época um intelectual de nome T. P. Barkas, junta-se ao grupo, passando a inquirir os espíritos sobre assuntos científicos. O nível das respostas era, muitas vezes, superior ao do próprio Barkas.

Devido à perda dos pais e a uma série de problemas domésticos, a saúde da médium foi abalada. Para recuperar, viaja para o Sul da França.

De volta a Londres, retoma as experiências. Neste novo ciclo, em câmara escura, passa a produzir ectoplasma, reproduzindo formas humanas. Foram produzidos ainda aportes de plantas, flores vivas e inteiras.

Fotografias Espíritas

Uma série de sessões com o fim de obter fotografias de Espíritos materializados foi organizada com feliz êxito. Um relatório dessas experiências foi publicado noMedium and Daybreak, de 28 de março de 1890, e as fotografias obtidas acham-se reproduzidas, em 18 de abril do mesmo ano, na mesma revista. As fotografias foram obtidas à luz do magnésio.

Em um dos trabalhos de materialização realizado na Escandinávia, o espírito Yolanda foi agarrado por um pesquisador menos avisado, com o intuito de desmascarar, tendo a médium sofrido grande choque traumático que lhe produziu sério desequilíbrio orgânico, prostrando-a de cama.

D’Espérance ainda publicou muitos artigos na imprensa espiritualista. Mas, a critica implacável daqueles que criticam os fenômenos sem  ao menos  os estudarem não poupou d’Esperance.  Ela foi perseguida, desrespeitada e humilhada.

Toda a vida dessa grande médium foi dedicada à missão de demonstrar aos encarnados a existência do mundo espiritual e, por conseqüência, a imortalidade do ser espiritual.
           
“Madame  d’Espérance será sempre lembrada como uma das  maiores médiuns  do  século  passado  e  que serviu  de  inspiração  a  vários investigadores para elaborarem teorias sobre os  fenômenos  mediúnicos.”

 
"fora da caridade não há salvação"